☀️🐶 Calor pra cachorro: como o aquecimento global afeta seu peludo
Não só os humanos sofrem com as altas temperaturas, nossos doguinhos também. Saiba como cuidar deles nessa mudança climática.
Os cientistas já sabem que 2023 será o ano mais quente já registrado pela humanidade. Mais do que isso, os últimos nove anos foram os mais quentes da história. Ao que tudo indica, estamos caminhando para um período de mudança climática, no qual teremos eventos climáticos extremos, como chuvas fortes, ciclones, ondas de calor, entre outros.
Esse vídeo do Me Explica, meu projeto de jornalismo explicativo, fala um pouco mais sobre esse assunto, para quem quiser saber mais:
Você deve ter lido esse primeiro parágrafo e pensado: “Poxa, Diogo, nem aqui nessa newsletter de doguinho eu consigo escapar desse tema deprê?”. Infelizmente, nem aqui, porque o clima tem efeito direto nos seres humanos, claro, mas também nas nossas companheirinhas e companheirinhos.
Hipertermia
Começo com um exemplo muito besta e pessoal: Durante a onda de calor extremo que São Paulo viveu em novembro, eu tive que carregar a Filó no colo para levá-la a uma consulta veterinária ao meio-dia. Eu não estava só com medo dela queimar as patinhas, mas também temi que o chão quente causasse hipertermia na bichinha.
A hipertermia pode matar se não for mitigada rapidamente. E os cachorros superaquecem muito mais rápido do que nós, então é preciso tomar MUITO cuidado com a exposição deles a esse calor dos infernos que estamos vivendo em várias partes do Brasil —e do mundo.
Sinais de hipertermia:
Respiração rápida e ofegante
Letargia
Vômitos
Tremores
Salivação excessiva
Desmaio
Lembrando que não é preciso que todos esses sinais precisam aparecer ao mesmo tempo para que exista a hipertermia. Se seu cão tiver qualquer um deles em um dia quente, fique de olho. E o que fazer se você perceber que sua amiguinha ou amiguinho está com calor demais?
O que fazer em caso de hipertermia:
Tire-o do calor: leve o animal para um local fresco e ventilado
Ofereça água fresca
Dê um banho frio (não gelado, para evitar choque térmico) na barriga, axilas e virilha. Você pode usar toalhas molhadas ou borrifar.
Fale com um veterinário ou leve-o para um pronto-socorro, especialmente se ele não melhorar ou estiver inconsciente. Seja rápido porque a hipertermia pode matar.
Agressividade
Mas, infelizmente, a hipertermia não é o único impacto das mudanças climáticas nos cachorros. Uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard mostrou que o calor extremo pode deixá-los mais agressivos. Em dias em que a radiação ultra-violeta é maior, existe uma chance 11% maior de ocorrerem ataques de cães.
Os pesquisadores explicam que em dias quentes e ensolarados, existe uma tendência de os animais ficarem mais hostis aos humanos. Eles analisaram quase 70 mil mordidas de cães nos Estados Unidos, ocorridas entre 2009 e 2018. As temperaturas mais altas deixam os cães mais estressados, o que pode levar a mais ataques.
Menos atividade
Outra consequência do calor pode ser um nível menor de atividade para os cãezinhos. Falo de novo de uma perspectiva pessoal e empírica: a Filó teve menos oportunidades de passear nesses dias extremamente quentes. Nós só conseguíamos sair com ela antes das 10h e depois das 18h, por conta da temperatura externa e a do chão. Filó normalmente passeia três vezes por dia e “perdeu” uma saída quando o calor passa dos 30 graus.
Isso pode ter um impacto importante no bem-estar dos nossos doguinhos. Menos saídas significa menos exercícios físicos e estímulos mentais. Ficar mais tempo em casa pode estressar cães que já tenham tendência a ficar ansiosos, aumentando comportamentos destrutivos.
E isso pode virar um ciclo de estresse também para os humanos, que se verão obrigados a lidar com comportamentos indesejados dos doguinhos que não podem sair para passear no calorão extremo.
As mudanças climáticas afetam nossos doguinhos de vários jeitos: podem ter impacto na saúde (hipertermia), agressividade e bem-estar
Cuidado com a hipertermia, porque ela pode ser fatal; fique de olho nos sinais do seu doguinho
Tenha sempre água fresca para oferecer quando estiver na rua
Procure uma emergência veterinária imediatamente se perceber que ele está passando mal; ser rápido é essencial
Só passeie com ele ou faça exercícios em horários adequados, de preferência em lugares frescos
Nossa repórter especiaAU sofre bastante com o calor e não gosta de passear quando está quente demais. Ela dá uma dica para minimizar as altas temperaturas, especialmente porque o verão está chegando.
Água de coco: Você já ofereceu água de coco para seu doguinho? Filó ama e recomenda. Além de hidratar bem, a água de coco é muito saborosa. Uma dica que nossa repórter dá é também oferecer a “carninha” do coco. Filó gosta de tirar tudo direto da fonte. Cuidado para não exagerar. E, se estiver na dúvida, sempre consulte sua veterinária antes de oferecer alimentos novos aos peludos.
Veja abaixo nossa repórter mandando bala em um coco na praia: